Correcções às Formulas dos Gases Ideais >
Muitas substâncias existem como gases em condições normais (ambientes). Existem gases monatômicos como hélio (He), neon (Ne) e argônio (Ar); gases diatômicos como hidrogênio (H2), oxigênio (O2) e nitrogênio (N2); e gases poliatômicos como metano (CH4), óxido nitroso (dióxido de nitrogênio, NO2), e vapor de água (H2O). A equação do gás ideal implica que o estado físico de quantidades iguais destes e de todos os outros gases é o mesmo, desde que estejam sujeitos às mesmas condições. Ao contrário dos gases ideais, os gases reais “sentem” uns aos outros, o que significa que os gases reais estão sujeitos a forças de atracção intermoleculares. A força dessas atrações dependerá da estrutura eletrônica do gás em particular e, portanto, variará até certo ponto, mas geralmente são forças muito fracas (caso contrário, a substância não seria um gás!) e agem apenas a uma distância muito limitada. Como os atrativos das moléculas reais de gás diminuem à medida que a distância entre elas aumenta, todos os gases reais se comportam idealmente à medida que seus volumes se aproximam do infinito (ou equivalentemente, suas pressões se aproximam de zero).
Em que distância estão as partículas reais de gás em condições normais? Já vimos anteriormente que um sinal de gás ideal em STP ocupa 22,4 litros. Vamos transformar esta quantidade em Ångstroms cúbicos (lembre-se que 1 Ångstrom = 1 × 10 -10 metros). Escolhemos esta unidade porque está na ordem do volume de um gás monatómico:
Ainda é desejável ter modelos de estado gasoso que se aplicam sob baixos volumes ou altas pressões – condições que forçam as moléculas na proximidade, onde as suas forças intermolusculares se tornam importantes. Têm havido muitas tentativas nesse sentido. É desejável que um modelo de gás real se reduza ao modelo de gás ideal no limite de alto volume ou pressão zero, pois todos os gases apresentam esta característica. Um desses modelos é chamado de Equação Virial:
Um outro modelo de sucesso para gases reais foi desenvolvido por Johannes van der Waals. Sua equação corrige a equação dos gases ideais com dois coeficientes, cada um deles abordando uma deficiência específica. Primeiro, a pressão de um gás real é reduzida porque as forças atrativas entre as moléculas de gás diminuem sua velocidade. A pressão de um gás real é assim reduzida por duas razões: a.) à medida que a proximidade (ou densidade) das partículas de gás aumenta, elas abrandam e atingem a parede com menos força e b.) à medida que a proximidade (ou densidade) das partículas de gás aumenta, elas abrandam e atingem a parede com menos frequência. A magnitude deste efeito é assim proporcional ao quadrado da densidade do gás ( n2/V2), e é representada na equação de van der Waals como um fator de correção simbolizado por “a”: